A Lua Escarlate
Os versos que seguem são bastante conhecidos entre os seguidores da Deusa. São parte de uma grande tradição oral que, totalizada, seria o equivalente a um livro sagrado - ainda que, a bem dizer, ninguém conheça, de fato, todos os versos que já foram passados, relativos a esta ou outra poesia.
Para os que se interessam pela astrologia de Haradrynn, acredita-se que a chamada "Maldição da Lua Escarlate" recaia sobre todo homem que nasce com esta cheia e na descendente do céu. Não se sabe precisar quais seriam os efeitos desta maldição, mas comumente relaciona-se com a controversa lenda de Ethos Telarod, que teria assassinado sua amada antes de suicidar-se. Como Ethos era chamado "Terceiro Sol" em seu tempo, e era portador da lâmina solar, os heróis não puderam evitar de lembrar de sua lenda ao ver a tatuagem na nuca do Estranho.
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LUA ESCARLATE
Sente a chuva batendo em teu peito. Sente o sol que queima tuas costas.
Foi uma maldição que jogamos em ti, pequeno
De sempre tão ajuizado e tão bondoso.
E tão gentil, e tão correto.
Te amaldiçoamos – mas não nos culpe.
No dia em que negaste teu sangue,
No dia em que destrataste tua mãe
E cuspiste no chão de tua casa.
Te amaldiçoamos – mas não nos culpe.
E desde que resolveste vagar só,
Pelos campos áridos onde achavas
Que encontrarias a vida.
Te amaldiçoamos – mas não nos culpe.
Tu compreendeste quando a viu e foste rejeitado,
Tu compreendeste quando esticou os braços e a viu inalcançável,
Tu compreendeste quando foi ignorado, trocado, pisado, destratado,
cuspido. Quando teus sonhos já não te valiam nada,
e tuas conquistas eram fúteis.
Então desejaste o mal a quem quisera bem,
como uma tempestade nos altos montes nublou-se teu peito de fúria.
E no peito de quem mais amavas veio a cravar tua espada luminosa,
E encheste teu semblante de sangue –
Como ficava linda com a face rubra.
Como era bela morrendo.
E como tatuagem fixou-se o sangue no teu peito;
Foi aí que compreendeste, filho.
Foi quando miraste o céu.
E viste a Lua cheia reluzente, pintada de vermelho,
Distante, serena e terrível como os corações das damas.
Entendeste que ela é que é tua mãe,
E tu és seu filho, tu e tantos outros.
E sempre que forem rejeitados,
E sempre que forem ignorados,
E sempre que virem que aquelas a quem mais amam
Fugirem-lhe sem razões, rumos ou desculpas.
E quando de ti fizerem marionete,
E quando te instigarem teus desejos,
E quando controlarem teus gostos, teus gastos, teus gestos.
E se a elas desejarem mal,
E como uma tempestade nublarem-se em fúria,
E se em patética tentativa de provar algo a si mesmos,
As ferirem.
Lembrem-se do sangue tatuado em seus peitos.
Lembrem-se de quem sois filhos.
Lembrem-se da maldição que lhes rogamos –
Mas não nos culpem, não nos culpem...
Culpem a Lua Escarlate.
Para os que se interessam pela astrologia de Haradrynn, acredita-se que a chamada "Maldição da Lua Escarlate" recaia sobre todo homem que nasce com esta cheia e na descendente do céu. Não se sabe precisar quais seriam os efeitos desta maldição, mas comumente relaciona-se com a controversa lenda de Ethos Telarod, que teria assassinado sua amada antes de suicidar-se. Como Ethos era chamado "Terceiro Sol" em seu tempo, e era portador da lâmina solar, os heróis não puderam evitar de lembrar de sua lenda ao ver a tatuagem na nuca do Estranho.
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LUA ESCARLATE
Sente a chuva batendo em teu peito. Sente o sol que queima tuas costas.
Foi uma maldição que jogamos em ti, pequeno
De sempre tão ajuizado e tão bondoso.
E tão gentil, e tão correto.
Te amaldiçoamos – mas não nos culpe.
No dia em que negaste teu sangue,
No dia em que destrataste tua mãe
E cuspiste no chão de tua casa.
Te amaldiçoamos – mas não nos culpe.
E desde que resolveste vagar só,
Pelos campos áridos onde achavas
Que encontrarias a vida.
Te amaldiçoamos – mas não nos culpe.
Tu compreendeste quando a viu e foste rejeitado,
Tu compreendeste quando esticou os braços e a viu inalcançável,
Tu compreendeste quando foi ignorado, trocado, pisado, destratado,
cuspido. Quando teus sonhos já não te valiam nada,
e tuas conquistas eram fúteis.
Então desejaste o mal a quem quisera bem,
como uma tempestade nos altos montes nublou-se teu peito de fúria.
E no peito de quem mais amavas veio a cravar tua espada luminosa,
E encheste teu semblante de sangue –
Como ficava linda com a face rubra.
Como era bela morrendo.
E como tatuagem fixou-se o sangue no teu peito;
Foi aí que compreendeste, filho.
Foi quando miraste o céu.
E viste a Lua cheia reluzente, pintada de vermelho,
Distante, serena e terrível como os corações das damas.
Entendeste que ela é que é tua mãe,
E tu és seu filho, tu e tantos outros.
E sempre que forem rejeitados,
E sempre que forem ignorados,
E sempre que virem que aquelas a quem mais amam
Fugirem-lhe sem razões, rumos ou desculpas.
E quando de ti fizerem marionete,
E quando te instigarem teus desejos,
E quando controlarem teus gostos, teus gastos, teus gestos.
E se a elas desejarem mal,
E como uma tempestade nublarem-se em fúria,
E se em patética tentativa de provar algo a si mesmos,
As ferirem.
Lembrem-se do sangue tatuado em seus peitos.
Lembrem-se de quem sois filhos.
Lembrem-se da maldição que lhes rogamos –
Mas não nos culpem, não nos culpem...
Culpem a Lua Escarlate.
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