20.9.04

A Torre da Magia de Prägh

10° Dia da Fênix, Ano de 998 da Terceira Era.

No Templo submerso, Elivan e Derek, após enfrentarem um monstro gelatinoso, encontram uma saída cavada por ele; porém no instante em que iam conseguir sair, Derek empurra Elivan, salvando-o de um desmoronamento, e ficando preso em consequência. O elfo se aflige pelo companheiro que se sacrifica por ele, mas nada pode fazer, e retorna para Prägh.

Gaspar, na árvore, é acordado pelo estranho homem de manto cinza, que lhe murmura qualquer coisa inaudível e desaparece na escuridão. Instantes depois o hobbit é atacado por um homem-morcego de pele ligeiramente avermelhada. Seus companheiros, a essa altura deixando a taverna, enfrentam ameaça semelhante.

Os inimigos, apenas 3, mostram-se oponentes fortíssimos, atacando em rasantes velozes com presas afiadíssimas, deixando vários aventureiros gravemente feridos; mas afinal os heróis triunfam, somente a tempo de ver 3 outras criaturas semelhantes alçando vôo do outro lado da cidade, carregando consigo a tábua. O grupo, embora com alguns membros relutantes (em especial Gaspar) apressa-se em segui-los com as carroças, encontrando Elivan na saída da cidade. Algumas horas depois, já no alvorecer, os morcegóides, longe no horizonte, aterrisam no topo de uma edificação de pedras escuras: a Torre da Ordem da Luz.

As Torres de Heracius: construídas no ápice do Império Narn pelo então líder do Conclave, o Arquimago Heracius, e espalhadas pela parte oeste de Heshna, estas torres eram - e ainda são - as principais bases da Ordem no continente, simbolizando a "torre de homens" que a própria Ordem deveria ser. Eram em cinco, localizadas em Prägh, Maeira, Fraigorn, Fenaber e Narn, sendo esta última a sede do Conclave na época. As torres de Narn e Fraigorn caíram durante as invasões bárbaras, nunca mais sendo reerguidas; e a sede foi transferida para Maeira. O movimento de magos de todos os graus por estas torres, e a necessidade deles de trabalho mundano é tão grande que pequenas cidades cresceram a partir delas; em especial na última, que dificilmente seria considerada uma cidade se não fosse pela Torre.

A Torre de Prägh era rodeada por um lago, atravessado por uma única ponte, a leste, que só os magos e seus guarda-costas tinham autoridade para cruzar. Do lago em diante crescia uma grande vila, composta pelos servos e soldados que trabalhavam para a Ordem, protegida por sua vez por uma muralha arredondada. Tudo isso foi contado aos aventureiros por Target, que, afinal, residia ali. Foi também com o auxílio dele, e do material roubado dos membros da Ordem, que conseguiram adentrar os muros disfarçados (e talvez pudessem mesmo ter passado o resto de seus dias a serviço da Ordem, se assim quisessem, de tão bem que a idéia funcionou).

Começaram então a pensar em como poderiam adentrar a torre, ainda que fosse difícil avaliar que tipo de bruxaria a defendia - na verdade a torre em si não tinha guardas humanos, apenas a ponte era vigiada. Gaspar voluntariou-se para tentar entrar, usando de sua agilidade natural e da feitiçaria de Fedaynn, que o tornou invisível. Para seu desespero, porém, ao tentar cruzar a ponte, o feitiço simplesmente se desfez, e Gaspar viu-se sozinho e indefeso contra os guardas. Sem opção, mergulhou no lago, o que mostrou-se uma péssima idéia, já que este parecia ter vida própria, e criou correnteza como se fosse um rio, levando o hobbit de volta a seus algozes. Ainda assim, por meio de um par de truques ilusórios e de seu tamanho diminuto, aliados à rapidez de seus pés, Gaspar consegue milagrosamente iludir a multidão de guardas que agora o aguardava na margem, desaparecendo entre eles e, afinal, irritado com a idéia de se arriscar tanto para perseguir um "pedaço de pedra estúpido", deixar os muros.

Fedaynn e Elivan tentam entrar com táticas semelhantes, que também falham, mas a princípio também fogem, escondendo-se com alguma dificuldade nos acampamentos mais distantes. Deduzem que a ponte, ou algo na torre, deveria ter artefatos que revelassem o invisível, ou alguma outra forma mágica de auto-vigia. Afinal, Mescalina e Target decidem tentar entrar por meio de um disfarce, como quem apresentasse os resultados da expedição - facilitado pelo fato de que Target tinha realmente acompanhado a expedição, a princípio. A entrada deles é permitida e, na torre, cujo interior era completamente uniforme e simples, com pouco mais de uma dúzia de andares praticamente iguais entre si e dezenas de magos circulando por toda a parte, são conduzidos a sala de Handor, que segundo Target é um dos sete membros do Conclave e principal Arquimago de Garland, e, segundo o guarda que os acompanha, estava lá de passagem.

Na sala, estando apenas os dois heróis, Handor e seu guarda-costas, o arquimago, um senhor de cabelos e barbas longas, testa pequena e olhar torto, trajando um intrincado robe cinza e branco, após ouvir o relato de ambos, sorri, e pede a Target que conduza a moça às masmorras. Fica então claro para Mescalina que Target não tinha de fato jamais traído à Ordem, e tinha-os trazido ali somente para entregá-los a seus mestres. Determinada a não se entregar, ela chama a sua Deusa, que paralisa o guarda-costas e, vendo que Handor desdenhava de sua reação, rápida como um raio, corta a garganta do guerreiro, que tomba morto, a seguir levantando a espada contra o bruxo. Mas ele detém sua lâmina com um leve gesto dos dedos, e Target a nocauteia em seguida. Satisfeito com o trabalho de Target, que afinal tinha levado a tábua e o grupo de caóticos até ele, e agora protegido-o de maneira mais eficaz que seu guardião anterior, ele decide tornar Target seu novo guardião, dando-lhe a armadura negra que é sinal da posição. Este, porém, por sua vez, está a cada dia mais impressionado com a fé e a bravura de Mescalina, que teria preferido a morte à captura.

Os Guardiões: também conhecidos como Sombras, são os fiéis guarda-costas dos magos de grau maior; o nome é uma alusão a própria Ordem da Luz e aos mantos de seus membros, sempre de cor clara. Os bruxos, é sabido, dividem-se em Aprendizes, Acólitos, Adeptos, Discípulos, Mestres e Arquimagos, sendo este último título reservado aos membros do Conclave. Embora proteger o mago seja a maior prioridade, Sombras performam toda sorte de serviços para seu senhor, participando de muitas missões a seu lado ou mesmo sem ele, e são o posto mais alto a que um não-mago pode almejar dentro da Ordem, junto ao de Legislador (este não é propriamente um fazedor de leis, mas sim um administrador da Ordem). São muito respeitados pelo povo, principalmente porque se envolvem nos assuntos mundanos com mais frequência.

Enquanto isto, Fedaynn e Elivan são encontrados pelas patrulhas da cidade e, fugindo na direção da torre, oferecem forte resistência, chegando a derrubar até mesmo alguns magos, mas acabam capturados e levados para junto de Mescalina. Handor interroga os três, e durante o ato tem uma espécie de presságio, que lhe indica que não devem ser mortos de maneira comum. Manda executá-los de maneira ritual, exatamente à meia-noite, no terraço da torre, e após isso diz que vai se reunir com o irmão, Harkon, general de Garland, em Diërcht. Dispensa Target de acompanhá-lo, incumbindo-o de se certificar que a execução corra bem.

Fora dos muros, vagando pelo serrado, Gaspar encontra um grupo de viajantes liderado por Wenxin, seu outrora contratante. Ele percebe que o pessoal que acompanha o homem parece altamente treinado. Wenxin lhe diz que está indo para a torre por desconfiar que os magos possuíam algo de seu interesse; pressentindo que o homem se referia à tábua e que ambos eram afinal mais do que aparentavam, Gaspar se voluntaria para guiá-lo à torre e ajudá-lo, se ele achasse que podia mesmo entrar no lugar sem problemas.

Target e Mescalina conversam novamente, e ele parece duvidar muito de sua atual posição como Ordeiro. Afinal, ela e os companheiros são levados para o terraço, e os preparativos (principalmente alguns traços no chão) feitos. Mescalina, que pelas ordens de Handor deveria ser a primeira a morrer, um momento antes da espada de seu algoz descer-lhe no pescoço, é acometida por uma visão, mais forte do que todas as anteriores. Nela lhe foi mostrado uma guerra de proporções gigantescas, e o mundo sendo destruído, sendo que o resultado da batalha dependia apenas de 12 feixes de luz - sendo que um deles apontava para a tábua que tinham encontrado no templo. Para ela, ficou claro que tinha-lhe sido dada uma missão, e que agora era mais do que uma simples sacerdotisa - tinha se tornado uma Paladina, uma guerreira sagrada!

Um brilho a frente de Mescalina revelou que sua espada tinha, de alguma forma, abandonado o depósito inimigo e ido parar a sua frente. Tomando-a nas mãos, ela defende-se do golpe fatal e acerta o inimigo em seguida, iniciando-se uma luta ferrenha entre ela e os muitos ocupantes do terraço - a qual rapidamente se juntam Fedaynn, Elivan, e Target, que, determinado a salvar suas vidas, os libertara. Os heróis conseguem fechar-se no terraço após eliminar a oposição a duras penas, mas isto de nada adiantaria se não pudessem achar alguma forma de descer. Como se em resposta, uma corda com um gancho voa e prende-se próxima a eles: é Gaspar, auxiliado por Wenxin e seus homens, que demonstram ser mesmo treinados ao manter a guarda e os bruxos ocupados enquanto ele sobe para auxiliar seus amigos. No caminho, ainda conseguem parar para recuperar o equipamento que lhes tinha sido roubado (inclusive os pertences de Asset), e carregar consigo três artefatos que mais tarde Fedaynn confirma serem mágicos: um mangual, um amuleto (ambos ficam com Target), e uma estatueta com 4 cabeças de dragão, a qual Mescalina se sente muito atraída. Os heróis fogem na carroça sob o fogo inimigo, protegidos pelos homens de Wenxin que, sem que eles imaginem quem são ou porque os ajudam, ficam dentro dos muros para protegerem os heróis, tendo pouca ou nenhuma chance de fuga.